31 July, 2007

Ritual de Iniciação

E eis que [finalmente] me iniciei no mundo dos vernizes. E logo com ritual completo!

Não gosto do toque nas unhas com o dito, mas também não penso fazer-lhes festas.

[A verdade é que não tenho grande paciência para as coisas de mulher.]



30 July, 2007

Altas Temperaturas

- Olha, o hospital é aqui à direita. Se calhar, é melhor ires já lá.
- Não é necessário. Depois logo se vê - disse eu tiritando de febre.
- Já estás com febre desde ontem. E também só podemos fazer o check-in às 16:00. Ainda faltam 2 horas.
- Hum... O.K. De facto, o ben-u-ron pouco ou nada tem feito.

Entrei e, até à sala de triagem, passaram apenas breves minutos. Sintoma aqui, pergunta ali, deu em pulseira amarela. Segui, então, para a sala de espera, com a febre a rondar os 39.5º, salvo na hora seguinte a tomar o tal do ben-u-ron. Aí descia para os 38º e alguns tostões.

Esperei... esperei... esperei...

- É melhor irem fazer o check-in e comer qualquer coisa. Ligo quando estiver despachada.
- E tu, não queres ir ali ao bar? Ainda não comeste nada hoje!
- Não consigo...

Esperei... esperei... esperei...

A sala de triagem recebia pessoas ininterruptamente, enquanto as salas 1 e 2 raramente [muito raramente mesmo] davam o ar da sua desgraça!

Esperei... desesperei... [Assim como todos os enfermos, que bufavam a cada Ermelinda Tavares... sala de triagem.]

Passadas cerca de 6 horas de dores, calafrios, suores e muito sono, plim... sala 2. Pergunta aqui, sintoma ali, conversa acolá, deu em radiografia à barriga e análises ao sangue e urina.
- Dê-me a sua mão. Tem umas veias muito boas - dizia ela, enquanto perfurava. - ... mas muito duras.
Lembrei-me do Shrek, na versão portuguesa!
- Pode aguardar na sala de espera. O Dr. chamá-la-á assim que tiver os resultados.
- Não me sabe dizer mais ou menos quanto tempo levará isso?
- Não.

Esperei... de tubo cravado na mão... Shrek outra vez... desesperei... A sala continuava a não estar apinhada.

- Então, que disse o médico?
- Nada. Estou à espera dos resultados das análises!
- Tens de ir comer qualquer coisa.
- Sim, vou ali ao bar.

Um bolo de arroz e muita água depois...
- Não vale a pena ficarem aqui. Vão jantar. Quando me despachar disto ligo. Talvez ainda vá a tempo do check-out!

Esperei... mais uma eternidade. Sala 2.
- Pois é... está a ver aqui a sua radiografia? blá blá blá As suas análises ao sangue mostram que tem uma infecção... está a ver aqui estes valores? blá blá blá Mas o estranho é que não se sabe onde! É muito estranho... Vou chamar o cirurgião. Aguarde aqui nesta sala (inha) de espera, que ele vem já.
- O.K. - disse eu, ligeiramente aterrorizada com a questão do cirurgião.

Esperei... esperei... Cirurgião. Palpação aqui, muita conversa de chacha ali:
- Por mim, pode ir para casa. Não é apendicite, nem qualquer outra coisa.
- Apêndice não é, certamente. Já o tirei há muito.
- Ora deixe lá ver... Oh, eu faço muito melhor! Quem é que a operou? blá blá blá Quando é que foi? E onde? blá blá blá.
E lá se foi o cirurgião. Esperei...

- Já sei que o cirurgião não encontrou nada. Vou mandá-la para a ginecologia.

Esperei... desesperei... na sala (inha).

Exame ginecológico feito. Tudo normal.

De volta à sala 2.
- Sinceramente, não sei de onde poderá vir esta infecção. Muito estranho. Ó Não-Sei-Quantos, vê lá aqui estas análises. blá blá blá
- De facto, é estranho. Faz a terapêutica habitual [para a febre] e, se houver alguma alteração, por mínima que seja, ela que volte cá. blá blá blá

Receita passada. Tubo retirado. Frio, sono, exaustão. Carimbo na receita. Quase meia-noite...

21 July, 2007

De sol a sol

Rumo ao sul. Oito dias.

[... já que perdi as asas algures...]

20 July, 2007

...

Yann Tiersen

19 July, 2007

...

Por vezes morremos, outras vezes matam-nos...

18 July, 2007

...

Arrepende-te, volta atrás, pede perdão!

Fernando Pessoa

Song for a Blue Heart

Water on my lips
Sweet fingers open my eyes
My heavy eyes, we smile like it was
The last smile on earth
The smile of a blue heart
Blue skin
Blue songs I know
The color is blue
Maybe too much blue, I know
Maybe too much
Make me scream
I scream for you
Make me fly
I'm flying with you
Make me cry
I cry for you
Water is blue, water is blue
Water is
Never found a girl from another world
Never touched the floor with another one
Never breathe that air from another one
Never felt those eyes playing with my soul
Blue to be breath
Blue to believe
Blue to be felt by
Blue to be touched by
Blue to believe
Someday, sometime, somewhere

The Gift

17 July, 2007

E os 5 livros são...

A culpa é da Angell, que lançou o desafio de escolher 5 livros.

O Principezinho, de Saint-Exupéry, porque já faz parte da minha mesa-de-cabeceira há largos anos.

O Velho que Lia Romances de Amor, de Luís Sepúlveda, por isto: O céu era uma inchada barriga de burro, pendendo amea­çadora a escassos palmos das cabeças. O vento morno e pegajoso varria algumas folhas soltas e sacudia com violência as bananeiras raquíticas que amamentavam a frontaria da adminis­tração da circunscrição. [1º parágrafo do livro]

[Poderia listar os 5 deste mesmo autor. Optei por este. Foi o meu primeiro.]

Fédon, de Platão, pelo turbilhão que me provocou na adolescência.

A Espuma dos Dias, de Boris Vian, pelo absurdo, criatividade e extravagância. Pelo seu mundo próprio. Pelas suas descrições.

Calvin & Hobbes, de Bill Watterson, pela fantasia e companhia. Por tudo.

Umbigos...

Há pessoas que não aprendem porque não conseguem, outras porque simplesmente não querem.

E são estes umbigos, espetados de um egocentrismo ignóbil, que querem tudo... por pouco tempo... e que não valem nada.

[Espezinham o respeito e ainda se armam em mártires!]

R-E-S-P-E-C-T
Find out what it means to me
R-E-S-P-E-C-T

16 July, 2007

78 horas

As noites de sono foram curtas e os dias longos, muito longos. Salguei a pele vezes sem conta, ora para sacudir o fogo, ora para afogar os gritos espraiados. E ela escureceu.

[Falta-me o toque húmido dos lábios, misturado num corpo a corpo em crescendo...]

12 July, 2007

Abram alas...

... que o meu fim-de-semana começa já amanhã!

Vou fugir deste vento, cumprimentar uns quantos raios de sol e salgar-me... pela primeira vez este ano.

[Adoro salgar-me.]

E o que o sol esteja connosco.

10 July, 2007

O Pastor Amoroso

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O amor é uma companhia.
Já não sei andar pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.


Alberto Caeiro

06 July, 2007

Tatuagens

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O Grito, Munch


Feridas que não sararam. Não sangram, mas estão lá. Cá. E fazem voltar um tempo que não devia ter existido. Não podia ter existido. Fazem parte de mim. Faço parte delas. E parto-me. Parte-me nunca ter conseguido libertá-las, por entre vírgulas, pontos de vários géneros, reticências. Parto-me por não saber se um dia conseguirei fazê-lo. Parte-me saber que não. Duvido. Sei. Sem certezas.



04 July, 2007

My Lovely Mirror

Look at the mirror
It doesn't know you anymore
It doesn't talk anymore
It doesn't kiss you anymore
You don't know who you are
You just have to know that mirror look

The Gift

02 July, 2007

Milagre?

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Mas o que é que se passa na cabeça deste rapaz?

Só pode ter sido Moisés!

[Se é milagre ou não, não sei; mas lá que é inexplicável, é.]